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"Se você pregar as maiores verdades, mas não vivê-las, você é apenas o maior dos hipócritas, e a alma mais atormentada." Rick Joyner, em A Batalha final

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Perdão e confiança

Débora De Bonis


"Mesmo que você não goste de alguém, você precisa amar esta pessoa. Realmente existem muitas pessoas de difícil convivência, as quais definitivamente não gostamos, mas podemos e devemos amá-los". Marcos de Souza Borges (Coty), em A Face oculta do amor

Aprendi uma grande lição sobre perdão e restauração da confiança e gostaria de compartilhar. Não confiar em alguém não significa que não houve perdão. Perdoar um ladrão não significa que se deve confiar nele ao ponto de deixar sua carteira perto dele e sair da sala, se ele não mudou, se não se arrependeu. Perdoar uma pessoa que te molestou quando criança não significa que você vai deixar seu filho pequeno sozinho com um pedófilo, se ele também não demonstra mudança em sua vida.

Conheço uma história que explica bem esse processo. Uma criança foi molestada por um adulto. Quando essa criança cresceu e teve noção do que isso significou espiritualmente na sua vida, depois de passar por libertação, ela decidiu liberar perdão para ele. E foi o que fez e ainda teve a oportunidade de dizer isso a ele. Mas não foi ele que pediu perdão, ela é que decidiu perdoar diante de Deus.

Um tempo depois ela ficou sabendo que estavam querendo trazer uma criança para morar na casa daquele homem, para ele cuidar. Sua reação foi dizer que era contra, porque esse homem, infelizmente, teve um encontro com Cristo, mas se afastou e sua vida ficou, como a Bíblia diz, no segundo estado pior que o primeiro. Além disso ela tinha conhecimento de que pelo mais uma criança havia passado pela mesma situação, com o mesmo homem. Talvez, se a história viessa à tona, outras poderiam aparecer.

Sim, houve perdão. Mas para que a confiança seja restaurada é preciso haver mudança de comportamento. Não perdoamos alguém porque esse alguém mudou, perdoamos porque temos que perdoar. Mas confiamos novamente porque a pessoa mudou. Se não houve mudança, não há como confiar. E confiança leva tempo para ser conquistada novamente.

Se alguém adultera e o cônjuge perdoa, vai levar um tempo para que a pessoa prove que mudou e para que o cônjuge confie nela inteiramente de novo. Isso não quer dizer que não perdoou.
E se não houve arrependimento, se liberamos perdão apenas diante de Deus, não há como confiar novamente na pessoa. Não houve aí um pedido de perdão. Há coisas que nós perdoamos espiritualmente, mas a comunhão com a pessoa só pode ser refeita se houver arrependimento sincero e mudança de comportamento. Isso não é um falso perdão com separação, mas sim uma quebra de confiança. Para se resgatar a confiança é necessário que a pessoa que pecou peça perdão e mostre que não vai fazer mais.

Perdão também não significa passar a mão por cima e fingir que a pessoa não errou. Dizer a verdade, admitir que a pessoa fez algo errado, não quer dizer que não houve perdão. Se a pessoa roubou, é preciso assumir que ela roubou, isso é um fato, não há como mudar. Podemos perdoar, mas não apagar o que ela fez.

"Amigo, eu não estou dizendo que isso seja fácil, mas Cristo claramente diz que é absolutamente necessário. Muitos cristãos não têm poder porque ignoram essa ordem fundamental. Gaste tempo considerando aqueles a quem você possa ter ofendido. Ocorrem tremendos milagres nas famílias quando alguém se humilha e pede perdão por algo de errado que tenha feito. Avivamentos poderosos ocorrem em igrejas inteiras quando um ou dois irmãos realmente acertam suas diferenças. Nós precisamos entender que as picuinhas entre cristãos podem facilmente apagar o Espírito de Deus em toda a igreja! Amigo, o Espírito Santo é muito sensível e você precisa levar seus relacionamentos a sério. E lembre-se, o perdão é uma escolha, não um sentimento. Se você escolher perdoar, Deus mudará seus sentimentos." Gregory Frizzell, em Como desenvolver uma vida poderosa de oração

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