“Vendo-se o povo diante dos trovões e dos relâmpagos, e do som da trombeta e do monte fumegando, todos tremeram assustados. Ficaram à distância e disseram a Moisés: ‘Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas que o Eterno não fale conosco, para que não morramos’. Moisés disse ao povo: ‘Não tenham medo! O Eterno veio prová-los, para que o temor do Eterno esteja em vocês e os livre de pecar’. Mas o povo permaneceu à distância, ao passo que Moisés aproximou-se da nuvem escura em que o Eterno se encontrava.” Êxodo 20.18-21
O povo ainda quer um intermediário. Assim como nos dias de Moisés, hoje o povo prefere que o pastor ou líder espiritual receba as “revelações” e que no domingo ele repasse as revelações para as ovelhas. E, como diz Paul Washer, precisa-se produzir muito fogo falso para que as pessoas “sintam” a presença do Eterno. Fico imaginando se o Eterno realmente se manifestasse nos cultos, como fez no monte, o povo sairia correndo, com medo. Sacerdócio universal? Ah, dá muito trabalho, melhor receber tudo mastigadinho e correr o risco de comer veneno.
“Por isso todas as autoridades de Israel reuniram-se e foram falar com Samuel, em Ramá. E disseram-lhe: ‘Tu já estás idoso, e teus filhos não andam em teus caminhos; escolhe agora um rei para que nos lidere, à semelhança das outras nações’. Quando, porém, disseram: ‘Dá-nos um rei para que nos lidere’, isso desagradou a Samuel; então ele orou ao Eterno. E o Eterno lhe respondeu: ‘Atenda a tudo o que o povo está lhe pedindo; não foi a você que rejeitaram; foi a mim que rejeitaram como rei. Assim como fizeram comigo desde o dia em que os tirei do Egito, até hoje, abandonando-me e prestando culto a outros deuses, também estão fazendo com você. Agora atenda-os; mas advirta-os solenemente e diga-lhes quais direitos reivindicará o rei que os governará”. 1Samuel 8.4-9
E o povo continua querendo um rei, como na época de Samuel, e os pastores hoje são tratados como reis e até se colocam nessa posição. Pastores e ovelhas parecem gostar dessa situação. Eles gostam das regalias e tratamento diferenciado e elas gostam de paparicar seus reis e obedecê-los cegamente. É terapia para o complexo de inferioridade deles. E terapia para o complexo de orfandade de pai que elas sentem – muitas até chamam o pastor de pai (a falta de figura paterna é uma enfermidade que atinge a maioria dos brasileiros, quem quiser saber mais sobre isso, leia O avivamento do odre novo, do Coty). Há ovelhas que não vão a uma festa de família porque o pastor não liberou. Outras – maiores de 18 anos – que saem do Orkut porque o pastor mandou. Outras que não compram um apartamento sem que o pastor autorize. Outras que não fazem um curso porque o pastor não permitiu. Pastor, posso ir ao supermercado? Pastor, posso respirar? E as filas para que o pastor ore por elas no final do culto, porque a oração do pastor tem mais poder. E no final do culto os líderes da cantina separam um pratinho para o pastor. E quando ele finalmente consegue parar para lanchar, tem uma mesa reservada para ele e sua família. Ou então nos almoços para construção do templo, a mesa dos pastores é separada dos demais e eles são servidos por ovelhas carinhosas, enquanto as outras ovelhas entram na fila. Se fossem seguir as palavras do Messias, encontraríamos os líderes servindo o almoço e não sendo servidos. A corte e a plebe. E depois os outros é que são idólatras...
Na minha terra isso se chama manipulação e controle, e ainda tem um espírito famoso por trás disso: Jezabel.
Todos precisam ler Cristianismo pagão?. Há um capítulo inteiro dedicado ao tema pastor.
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sábado, 30 de maio de 2009
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